Governors Island: Em Nova York dos anos 20

 Governor’s Island, uma pequena ilhota localizada no coração da Baía de Nova York, que abre aos visitantes apenas durante o verão e início do Outono às sextas, sábados e domingos e está à cerca de apenas 800 metros ao Sul de Manhattan, e ainda mais perto de Brooklyn. Foi o destino de nosso primeiro programa de sábado em nossa última passagem pela Big Apple.

 As estações de metrô mais próximas dali são Whitehall St e South Ferry. Mas como durante o final de semana não é tão dificil de conseguir um lugar para estacionar no sul de Manhattan e tendo em vista as altas temperaturas durante o mês de Julho na cidade acabamos optando em ir de carro até lá. Estacionamos nosso carro numa transversal da Broad Street na região da Bolsa em Wall street e fomos caminhando até onde se pega a balsa para a ilha.

Para chegarmos lá pegamos o Ferry no Battery Maritime Building, um edifício antigo, muito bonito por sinal, que fica ao lado do Staten Island Ferry. O melhor de tudo o traslado é gratuito. Os barcos para esta ilhota saem de hora em hora às sextas-feiras e a cada 30 minutos aos sábados e domingos.

Detalhe: apesar de ser tão perto de Manhattan conhecida pelo seu ritmo alucinante de cidade que nunca dorme, Governor’s Island é um local totalmente sem veículos, os únicos veículos autorizados são aqueles da administração do local. Ou seja, o local além de plano é perfeito para um passeio de bicicleta.

 

Demos bastante sorte, chegamos minutos antes de a balsa iniciar a travessia. E em cerca de 15 minutos estávamos em Governors Island. Digamos que foi uma experiência muito legal “viajar” de balsa em Nova York, tendo visto já uma série de filmes de Hollywood os quais têm cenas filmadas dentros destas embarcações.

Bem por quase dois séculos, Governor’s Island foi uma base militar, utilizada tanto pelo Exército como pela Guarda Costeira americana.  Em 1996, as operações da Guarda Costeira foram encerradas no local. A partir de então, líderes de Nova York passaram a pressionar o governo federal e em 2003 o governo federal vendeu a maior parte da Ilha para o povo de Nova York por um valor simbólico de um dólar.

Hoje, a Governor’s Island Preservation and Education Corporation (GIPEC) gerencia cerca de 60 hectares da ilha, enquanto que o National Park Service gerencia os 8 hectares que fazem parte do Governors Island National Monument que incluem duas fortalezas construídas no início do século XIX.

 A Ilha com seus cerca de 68 hectares está aberta ao público para piqueniques, passeios de bicicleta,  concertos e muito mais. Como estávamos em quatro pessoas, acabamos optando por alugar um quadriciclo (tipo aqueles da ilha de paquetá no RJ) e resolvemos dar uma volta completa na ilha através da avenida de 2,2 quilômetros que circunda toda a ilha.

Apesar de super cansativo, com o calor de mais de 35ºC, a vista valeu muito a pena. Em primeiro lugar, esta é a porção de terra mais próxima da Ellis Island e consequentemente da Estátua da Liberdade. E por estar praticamente no meio do caminho até lá, ainda oferece de quebra uma vista mais do que especial do Sul de Manhattan e seus arranha-céus.

O passeio de quadriciclo foi cansativo mas ao mesmo tempo super divertido, se não estivesse tão quente teria sido ainda melhor. Depois de completada a volta ao redor da ilha devolvemos o tal quadriciclo e fomos dar uma explorada no local à pé.

Antes mesmo de virar uma atração turística de final de semana para todos, o local já tinha vocação para o lazer. Uma vez que além de fortaleza para defender Nova York servia ainda como “casa de férias” para governadores reais britânicos e posteriormente comandantes militares.

Hoje em dia, boa parte destas casas de lazer acabaram se transformando em galerias ou oficinas de arte que funcionam durante os finais de semana, numa destas casas havia um grupo esculpindo com seus respectivos martelinhos obras em blocos de pedra.

Em outra parte da ilha num enorme gramado com árvores havia um grupo de pessoas treinando artes circenses e assim por diante.

Mas o mais legal de tudo nesta visita foi ter tido a chance de ver uma Orquestra de Jazz conduzida por Michael Arenella e Sua Orquestra Dreamland tocando ao ar livre para pelo menos uma centena de pessoas vestidas à carater dos anos 20.

Uma verdadeira festa no gramado da Governor’s Island, com muita gente trajada a rigor e ao som daquela música tínhamos a sensação de ter viajado de volta no tempo para  as décadas de 20-30. Também conhecida com a era de ouro do Jazz no período entre-guerras, uma época de excepcional prosperidade econômica, na qual os Estados Unidos se consolidaram definitivamente como potência mundial entretanto a Inglaterra ainda era o mandachuva do mundo.

Digamos que esta foi uma experiência única que não estava programada no roteiro e que me fez pensar por um momento: Como será que era viver nesta época, em que meus avós nasceram? Uma época marcada pela prosperidade, liberdade e animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas, as mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento no seu modo de vestir.

Uma geração que acabou sendo fortemente afetada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York e a recessão que a seguiu a partir de 1929. A Europa por sua vez, ainda sofria as consequências da Primeira Guerra Mundial, o que permitiria após a Crise de 29 a ascensão dos movimentos Nacional-Socialistas na Alemanha, Itália que acabaram por desencadear a segunda Guerra Mundial.

Enfim, um divertido encontro à tarde sob agradável música ao vivo e dança, com diversas famílias fazendo seu piquenique por ali mesmo debaixo das árvores espalhados pelo gramado da Governors Island.

Ali ao lado da festa ainda estava acontecendo uma exposição de carros antigos, os famosos fordecos daquela época, que deixavam o lugar com uma atmosfera ainda mais retrô. Muito legal!!

Depois de tirar algumas fotos da festa seguimos com nosso passeio à pé pela ilha onde visitamos o que foi a casa do governador, uma casa enorme com diversos cômodos e adornando sua entrada dois canhões.

Por falar em canhões aproveitamos para conhecer também as fortificações da ilha, onde aproveitamos para “tomar uma fresca”. Com o calor que estava fazendo, ficava pensando como aquelas “milindrosas”não deviam estar sofrendo com aquele calor todo.

Pesquisando para escrever este post descobri um fato curioso. Cerca de 42 dos 68 hectares que hoje formam a Governor’s Island, são na verdade fruto de aterro de material proveniente das escavações do metrô de Nova York. Interessante, não? Pois é, como comentei num dos posts anteriores na terça feira desta semana que estávamos em Nova York encontraram destroços do que foi uma vez uma embarcação do século XVIII no World Trade Centre. Região que também foi fruto de aterro no passado.

Para finalizar a ilha conta com três fortificações históricas, 52 edifícios tombados pelo patrimônio histórico e artístico totalizando mais de 1,4 milhões de metros quadrados, tem 3 atracadouros de ferry boat, mais de 1.600 árvores.

Além disso como comentei anteriormente este é o ponto mais próximo da terra para se avistar o rosto da Estátua da Liberdade. E um fato não tão relevante, mas o que faz parte do sistema de exaustão de um dos túneis de Nova York foi utilizado pela produção do filme como sendo sede do MIB (do Filme MIB Homens de Preto).

Bem desta forma encerramos este passeio pela Governor’s Island, e embarcamos no primeiro ferry disponível de volta à Manhattan. Na hora de atracar em Manhattan o comandante do Ferry se atrapalhou um pouco talvez pela corrente e teve um pouco de dificuldade para atracar. Mas nada muito sério!

Outras Fotos da Festa:

Alguns Vídeos que encontrei no Youtube:

Reportagem no New York Post

Veja mais:

 Central Park do Século 21 – Hudson River Park

 Passeio de Barco ao Redor de Manhattan Nova York

  Visitando o edifício mais alto de Nova York – Empire State Building

Endereços:

Governors Island

Governors Island ferry building
South Street – New York
 

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Oscar Augusto Risch

6 Comentários

  1. avatar
    Posted by Cris Campos| 05/08/2010 |Responder

    Que legal! Curti esse post! Adoro lugares sem carro. E achei que pra um lugar que não entra carro essa ilha até parece ter bastante coisa!

    Uma festa anos 20 deve ser muuuito melhor num dia quente do que num dia frio! Uma amiga aqui resolveu fazer o aniversário com esse tema, a mulherada sofreu com esses vestidinhos sem manga. Mas a pena na cabeça é o que há! 😉

    • avatar
      Posted by Mauoscar| 05/08/2010 |Responder

      Cris!! O Local é super bacana.. é engraçado que fica fechado uma boa parte do ano e só abre aos visitantes nos finais de semana!!!

      Coincordo plenamento com você que uma festa no calor é muito melhor que no frio!! Mas o calor estava absurdo!! Mas enfim estava super divertido!! Parece que agora em Agosto vai ter de novo!!

      Bjks

  2. avatar
    Posted by Claudia Beatriz| 05/08/2010 |Responder

    Nossa… que dica e post sensacional. Nem sabia da existência desse lugar. E essa balsa gratuita então… um passeio bem diferente. 🙂
    Adorei as fotos!!!!

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      Posted by Mauoscar| 05/08/2010 |Responder

      Oi Cláudia

      Eu também não sabia da existencia desse lugar até na véspera do passeio!! Nada como as dicas dos locais para conhecer lugares bacanas!! EU adorei o lugar.. Esta certo que dispensaria o passeio de quadriciclo… De bicicleta certamente teria sido melhor!!! E como voce mesmo disse de graça até injeção na testa!!

      Bjo

  3. avatar

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