Com um rico, extenso e valioso acervo que conta com aproximadamente 2 milhões de objetos, o Auckland War Memorial Museum ou, simplesmente Auckland Museum é um dos maiores e mais importantes museus e memoriais de guerra de toda a Nova Zelândia. Focado em torno da história, história natural, bem como a história militar da Nova Zelândia. O Auckland Museum é ao lado do Te Papa Tongarewa, o museu nacional da Nova Zelândia em Wellington, um dos melhores museus para você conhecer um pouco mais sobre a história de Auckland e da Nova Zelândia.

Considerado um dos edifícios neo-clássicos mais emblemáticos e conspícuos da maior cidade da Nova Zelândia, o Auckland Museum foi construído no final da década de 20 no Auckland Domain (um grande parque urbano próximo ao centro de Auckland) como um memorial de guerra em memória aos soldados mortos e feridos durante a primeira guerra mundial.

Estratégicamente construído sobre os remanescentes de um dos inúmeros vulcões extintos encontrados na cidade, o Auckland Museum está num local privilegiado que o faz ser visível de diferentes pontos da cidade. Fazendo com que ele ainda possuo uma das mais belas vistas da cidade e da Waitemata Harbour.

Com um riquíssimo acervo distribuído em 3 diferentes andares com a temática Povo, Terra & Guerra. O andar térreo é sem dúvida a minha favorita, e provavelmente a parte mais interessante e única de todas.

Abrigando a maior e mais relevante coleção de tesouros e artefatos Maori e de outras ilhas do pacífico no mundo, esta seção etnológica do museu é particularmente interessante para quem nunca teve contato com essas culturas do pacífico e quer aprender um pouco mais elas.

As diversas galerias do andar térreo do museu examinam a diversidade das comunidades das ilhas do pacífico e a beleza, as vezes exótica, dos objetos produzidos por eles. Antes mesmo de visitar países como Cook Islands, Polinésia Francesa, Samoa, Niue, Fiji, entre outros, aprendi muita coisa sobre essas culturas explorando estas galerias e mesmo que você não tenha planos de ir para esses lugares, esta é uma excelente oportunidade para aprender sobre essas culturas do pacífico. Já que em poucos outros museus do mundo você encontrará um acervo como este.

Ainda no térreo, no átrio principal do Museu, encontramos o “Maori Court” onde encontramos alguns dos mais significativos He Taonga Maori (tesouros) no mundo, incluindo três edifícios históricos inteiros. Incluindo Hotunui, uma grande casa de reunião entalhada em madeira em motivos Maori construída em 1878 em Thames no caminho para a Peninsula de Coromandel. E Te-Toki-A-Tāpiri, uma Taua Waka, um dos últimos exemplares de canos de guerra maori construída em 1830.

Além da história dos povos do pacífico e dos Maoris, no andar térreo encontramos ainda outras galerias que contam um pouco mais da história e desafios dos primeiros colonizadores europeus que chegaram à Aotearoa na segunda metade do século XIX e a formação do país que temos hoje.

Ainda no térreo do Auckland Museum, encontramos duas galerias dedicadas as artes decorativas e ao design made in New Zealand. Já no lado oposto a entrada principal do museu encontramos um espaço utilizado para exposições temporárias como a mostra das melhores fotos do ano da New Zealand Geographic Society e outras exposições temporárias e apresentaçõos culturais.

Já no primeiro andar do museu, encontramos as galerias dedicadas à história natural da Nova Zelândia. Nelas aprendemos sobre diversos aspectos da evolução do ecossistema neozelandes desde as profundezas dos oceanos às praias que banham o país, até o topo das mais altas montanhas do Southern Alps.

Além de inúmeros animais empalhados, conchas, insetos, perfis de solos, exsicatas de plantas e outras coisas típicas de qualquer museu de história natural. Uma das galerias mais interessantes do museu, na minha opinião, é justamente aquela que fala sobre um dos componentes mais notáveis da paisagem de Tamaki-Makaurau (Auckland em Maori).

A galerias sobre os vulcões do Auckland Museum analisa a ciência e o impacto que os mesmos tem sobre os seres humanos. Não deixe de assistir a simulação de uma grande erupção vulcânica em plena Waitemata Harbour vista de uma casa não muito longe de onde nós moramos em Auckland.. É assustador, mas muito legal ao mesmo tempo!!

Nas outras galerias você tem a chance de conhecer detalhes sobre a fauna e flora deste que foi um dos últimos países do mundo a ser ocupados por humanos . Sua chance de ver fósseis e animais que infelizmente foram extintos pela ocupação humana nos últimos 500-700 anos.

Já no segundo andar do Auckland Museum, encontramos uma extensa exposição permanente cobrindo as guerras as quais a Nova Zelândia se envolveu. Tanto aquelas ocorridas no interior do país durante o seu período de colonização, como a participação da Nova Zelândia em conflitos armados no exterior.

Esta exposição/área do museu está fortemente ligada ao fato do local ser também um memorial de Guerra. E também a razão principal pela qual o prédio foi construído. Talvez você não saiba, mas durante a primeira guerra mundial mais de 10% da população masculina da Nova Zelândia morreu em batalha na Europa, especialmente na campanha de Gallipoli na Turquia.

Além de paredes com os nomes de todos os soldados neozelandeses mortos nos conflitos no exterior desde a primeira guerra mundial, esta parte do museu tem uma extensa coleção/memorabília da primeira e segunda guerra mundial. Esta coleção não está necessariamente numa ordem cronológica dos fatos, porém agrupadas por diferentes relações de interesse, que pode ser um pouco confuso, mas não menos interessante.

E no Cenotaph, em frente as dependências do Auckland Museum que todos os anos são celebradas as festividades do ANZAC Day em Abril. Uma cerimônia militar bastante emocionante que tive o privilégio de presenciar que tem como ponto marcante o Dawn Service antes do amanhecer.

Para quem não sabe, o Anzac Day é um feriado nacional na Austrália e Nova Zelândia dedicado a todos os soldados que morreram servindo em conflitos em que estes dois países participaram no passado.  O qual coincide com o desembarque de tropas australianas e neozelandesas na campanha de Galipolli na Turquia em 1915. Por sinal, ter participado das comemorações do centenário do ANZAC Day em Auckland foi uma experiência realmente marcante, mesmo eu não sendo Kiwi ou Australiano.

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