A historia da independência dos EUA em Philadelphia

Philadelphia e a Guerra pela Independência: O coração de uma revolução??

Independence Hall em Philadelphia é o principal marco histórico da independência dos EUA. Afinal de contas foi alí que tanto a declaração de independência quanto a constituição americana foram debatidas, redigidas e assinadas pelos representantes das 13 colônias que fundaram os Estados Unidos da América.

Além disso, o Independence Hall foi  a sede “provisória” do governo americano por diversas ocasiões entre o primeiro congresso continental da Philadelphia (1774) até a mudança definitiva da capital para Washington DC em 1800.

Considerado um lugar sagrado para os americanos e sua democracia, o Independence Hall foi transformado em parque histórico nacional em 1948 e tombado como patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO em 1979.

Atraindo anualmente cerca de 4 milhões de visitanteso Independence National Historical Park é uma das mais visitadas e concorridas atrações turísticas de Philadelphia (especialmente nos meses de verão).

Imprevistos acontecem, garanta seu seguro viagem aqui!
Utilize o link promocional: CLIQUE AQUI para receber 5% de desconto na sua compra

Bem se você curte história americana, você pode facilmente passar o dia inteiro explorando algumas das mais de 25 atrações que compõe o parque histórico nacional da independência. Atrações como o Carpenter’s HallIndependence HallConstitution Center, o Liberty Bell Center, o primeiro e segundo banco dos EUA são apenas algumas das construções que encontramos nos limites do parque histórico da independência e que de forma direta ou indireta participaram do processo de emancipação política e formação dos EUA .

Dentre todas as atrações “visitáveis”, as mais concorridas são o Liberty Bell Center (local onde encontra-se o famoso sino trincado da liberdade) e o tour guiado pelo interior do Independence Hall. Porém, para visitar este último, é necessário antes de tudo, se dirigir ao Independence Hall Visitor Center e pegar um ingresso com hora marcada para um dos tours oferecidos gratuitamente ao longo do dia.

Dependendo do dia, se você chegar tarde de mais, os ingressos podem estar ocasionalmente esgotados. Então a dica é, quando for visitar Philadelphia, a primeira atração a ser visitada é o Visitor Center do Independence National Historical Park. Lá, além de uma introdução geral a independência, você pega o ingresso para visitação do Independence Hall e pode pegar mais dicas de outras atrações da cidade. Com o ingresso em mãos você pode então se programar para visitar a cidade.

Depois disso, basta se apresentar na entrada localizada a esquerda do Independence Hall para os procedimentos de segurança cerca de 15 minutos antes do horário marcado para o início do seu tour. Um ranger no National Park Service coletará os tickets e será seu guia pelo interior do Independence Hall.

Antes de entrar no edifício, todo o grupo de aproximadamente 50 pessoas é levado para uma salinha climatizada, onde o Ranger fala um pouco sobre a história e os acontecimentos ocorridos no final do século XVIII e que foram fundamentais para a criação dos EUA.

Pois bem, antes da declaração da Independência em 4 de Julho de 1776, os EUA era formado por treze colônias que apesar de diferirem bastante sócio-politicamente entre si, tinham um ponto em comum: a fidelidade à coroa britânica.

Naquela época as chamadas colônias do norte, compreendidas pelas colônias da região que se extende desde a Pennsylvania até a Nova Inglaterra, tinham como principais características, o uso de mão-de-obra livre, economia baseada no comércio, pequenas propriedades rurais e produção voltada para o consumo do mercado interno.

Além disso, essas colônias, especialmente Pennsylvania (Quakers & Amish) e Massachussetts (Puritanos), eram caracterizadas por colonizadores protestantes, geralmente de origem inglesa, que se instalaram na região fugindo das perseguições políticas e religiosas que encontravam na europa.

Já as colônias sulistas, colônias como a Virginia, Carolina do Norte e do Sul e Geórgia, eram praticamente o oposto dissoBaseadas num modelo com grande propriedades rurais que usavam e abusavam de mão-de-obra escrava, sua produção era praticamente totalmente  voltada para a exportação.

Apesar das diferenças, todos viviam em harmonia contentes e felizes. Até o rei e o parlamento inglês aprovar uma série de medidas que colocaria a fidelidade dos colonos à pátria mãe a toda prova. Medidas como a criação de uma série de impostos (Lei do CháLei do AçúcarLei do Selo e afins), sobretaxavam estas colônias a fim de levantar dinheiro para sanar as contas públicas destruídas com os desdobramentos da Guerra dos Sete Anos entre França, Inglaterra e seus respectivos aliados (1756-1763). Nesta guerra os ingleses e seus aliados saíram vitoriosos, porém encalacrados de dívidas.

Até então, as 13 colônias pagavam seus impostos e defendiam os interesses britânicos na região sem grandes reclamações e presumiam possuir praticamente os mesmos direitos e privilégios que todos os súditos da coroa inglesa. Mas com o tempo e a distância, a definição de liberdade e representatividade acabou-se tornando diferente nos dois lados do Atlâtico.

E assim, no ano de 1774, descontentes com as ações de Londres em relação a suas colônias, acontece o primeiro congresso continental da Philadelphia. Reunindo representantes das colônias do norte no Carpenter’s Hall, o primeiro congresso continental dos EUA não tinha caráter separatista, apenas reinvidicatório e visava criar um lobby pelo fim das medidas restritivas de comércio com outras nações e o afrouxamento das taxas impostas por Londres.

Além disso, demandava também um lugar na câmara dos lordes o que conferiria às colônias americanas uma maior participação na vida política do império britânico e ainda defenderia os interesses das colônias junto ao parlamento inglês em Londres.

Porém, o então rei britânico George III não aceitou as propostas, e muito pelo contrário, juntamente com o parlamento, adotou um pacote de medidas ainda mais restritivas e controladoras em relação a suas colônias. Como é o caso das chamadas Leis Intoleráveis, que entre outras coisas, previa a lei do aquartelamento na qual todo colono norte-americano seria obrigado por lei, a fornecer moradia, alimento e transporte para os soldados ingleses em sua colônia. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta nas colônias (norte e sul), influenciando diretamente no processo de independência dos EUA.

E apesar dos esforços de indivíduos em ambos os lados, empenhados em resolver o conflito de interesses de forma pacífica, a revolta tornou-se violenta em Abril de 1775, com as batalhas de Lexington e Concord em Massachusetts.

Revoltados com a forma que eram tratados pelos britânicos, em Maio de 1775, o segundo Congresso Continental reuniu-se em Philadelphia. Desta vez no Independence Hall, na época sede da Commonwealth da  Pennsylvania.

Como resposta à crise, pela primeira vez na história, os colonos americanos adotoriam medidas para governar e “proteger” suas respectivas colônias como parte de um país independente. Nesta época o ideais iluministas de liberdade, fraternidade e igualdade estavam super em voga, e a idéia de declarar independência logo ganhou força entre os delegados da convenção.

E assim, na primavera de 1776 um comitê presidido por Thomas Jefferson foi encarregado em redigir a declaração de independência dos EUA. Documento este que foi debatido e aprovado pelos delegados das 13 colônias e apresentado ao povo em 4 de Julho de 1776.

Os delegados do segundo congresso continental de Philadelphia compreendiam claramente os riscos associados com a declaração de sua autonomia em relação ao poderoso império britânico. Este obviamente não aceitou o documento e, desta forma, estava declarada a guerra da revolução americana que se extenderia até 1783 quando o Tratado de Paris concederia formalmente a independência e liberdade ao recém criado Estados Unidos da América.

Neste interim, durante a revolução americana, os britânicos ganhariam a batalha do Brandywine. Tomariam Philadelphia, obrigando o general George Washington e seu exército a recuar para a região do Valey Forge. A capital seria então transferida para BaltimoreLancaster e York, até que as tropas de Washington retomassem o controle de Philadelphia no ano seguinte.

Vencida a guerra contra os britânicos e assinado o acordo de paz, a questão então passou a ser: como governar esta nova e gigantesca nação?! Na época, muitos eram céticos que os ideais revolucionários resistiriam à realidade de paz trazida com o tratado de Paris.

No entanto 4 anos mais tarde, em 1787, mais uma vez no Independence Hall em Philadelphia, a Convenção Federal reuninira representantes das ex treze colônias que juntas esboçariam um dos mais importantes documentos da história americana, a Constituição dos EUA.

Liderados por George Washington, os delegados discutiram e fariam concessões durante todo o verão 1787 até ser finalmente aprovada. Por sinal, como bem lembrou um dos Rangers numa das vezes que fiz este tour, naquela época não existia ar condicionado e dizem que naquele ano o calor foi insuportável. (Philadelphia pode ser muito quente no verão). Agora imagino todo  mundo usando aquelas roupas que eles usavam na época.

Bem, o resultado de tanto trabalho e meses de discussão é um documento relativamente simples de apenas 4 páginas que entre outras coisas instituiu os três poderes de Montesquieu. Sistema que já era usado com sucesso pela Commonwealth da Pennsylvania desde o início de sua fundação.

Pela constituição, o Presidente dos Estados Unidos é eleito para um mandato de quatro anos pelos cidadãos eleitores num sistema (digamos bem confuso) em que os candidatos não ganham diretamente pelo número absoluto de votos no país, mas sim pelo resultado da apuração dos condados de cada Estado gerando uma espécie de eleição dentro da outra. O número votos proporcionais da população determina o vencedor naquele estado.

Duas casas compõem o Congresso: a Camara dos Representantes (Deputados) com delegados de cada Estado num número proporcional a sua população; e o Senado, com dois representantes por Estado. Por sinal foi graças ao lobby de estados pequenos como Delaware que existe o senado com representação política igualitária entre todos os estados. De uma forma geral, o Congresso (Camara dos Representantes) vota leis e orçamentos. Já o Senado zela pela política de segurança e política externa.

suprema corte é composta por 7 juízes vitalícios, indicados pelo presidente dos EUA que são sabatinados e aprovados pelo Senado. Estes juízes resolvem os conflitos entre estados e entre estes e a União, garantindo o cumprimento e prevalescência da constituição federal em detrimento as constituições estaduais e as leis mais recentes do país.

constituição dos Estados Unidos prevê um sistema de alterações, por intermédio de Emendas Constitucionais, tendo ao longo de todos estes anos utilizado-se deste artifício por apenas 27 vezes. A título de comparação, o Brasil já teve 7 constituições, 8 segundo alguns autores. E só na última constituição promulgada en 1988 existem mais de 70 emedas constitucionais.

Desta forma, segundo a constituição os três poderes “teoricamente’ protegem o povo e asseguram através de um sistema de limites e equilíbrio a governança do país. (Isso quando a briga entre Democratas e Republicanos não interfere no processo). A constituição americana seria assinada pelos delegados em 17 de Setembro de 1787 e desde então é a carta magna do país. Sendo que Delaware foi o primeiro estado a ratifica-la.

Apesar de os documentos originais não estarem dispostos em Philadelphia (estão no National Archives em Washington DC) , visitar o Independence Hall e alguns dos outros 25 prédios históricos que foram testemunhas oculares do processo de independência dos EUA, é sem dúvida uma das melhores aulas de história americana que você pode ter na vida.

Informações Úteis:

O Independence Visitor Center abre todos os dias da semana, exceto no natal das 08:30 as 19:00. E é lá que você pega gratuitamente o ingresso com hora marcada para visitar o Independence Hall. Estes ingressos são necessários para visitação entre os meses de Março e Dezembro. Tickets com hora marcada podem ser reservado com antecedência via telefone ou online mediante uma taxa de serviço de 1.50 USD por ingresso.

Lembrando que fora o Independence Hall todas as outras atrações do Paque Histórico Nacional da Independencia podem ser visitadas na hora sem a necessidade de tickets com hora marcada. Para maiores informações sobre o horário de funcionamento das atrações do parque acesse aqui.

Se este post foi útil para você, ajude o blog a continuar existindo reservando hotel, alugando carro, contratando seguro viagem, comprando passagens, SIM Cards e reservando seus passeios e atrações. Prestigiando nosso trabalho e planejando suas viagens através dos links do blog continuaremos a postar dicas e posts de nossas aventuras pelo mundo e assim esperamos ajudar a melhorar ainda mais a sua experiência de viagem.

 

Reservando através dos links do blog você não paga mais por isso, mas o blog recebe uma pequena comissão. Você pode ficar sabendo mais sobre como isso funciona na política do blog Fotos & Destinos.

 

Aproveite também para seguir nossas redes sociais como Instagram e Facebook

Obrigado!!

Oscar Augusto Risch

14 Comentários

  1. avatar
    Posted by A história do 4th of July, via Oscar do Viajoteca | Hotel California Blog| 04/07/2014 |Responder

    […] Meu amigo Oscar morou em Delaware e teve oportunidade de ver de perto vários lugares que foram importantes pra história dos EUA e pra independência americana. Ele conta tudo com detalhes nesse post do Viajoteca. […]

  2. avatar
    Posted by Rafael Poggi| 09/07/2014 |Responder

    Também estive ai, em outubro de 2011. Sempre gostei muito da história da independência dos EUA. Muito a aprender! E a cidade é maravilhosa!! Vontade de voltar!

  3. avatar
    Posted by Bernardette Amaral| 13/03/2015 |Responder

    Acabei de visitar Filadelfia, usei informações do seu blog. Adorei a cidade e compartilho com você essa admiração pela Historia dessa nação. Fiquei apenas dois dias, foi muito pouco, a cidade toda preparada para o turismo. Encantei-me com o respeito e a reverência que os americanos têm pela sua História.

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 13/03/2015 |Responder

      Bernadette

      Legal saber que você usou algumas de nossas dicas em sua visita à cidade. Philadelphia é de fato uma aula de história americana.. O respeito pelo passado e a história que o americano tem é mesmo impressionante. Mesmo que as vezes seja até um pouco “over the top”
      Obrigado pela visita e pelo feedback

  4. avatar
    Posted by Jenny Maria| 13/03/2015 |Responder

    Muito elucidativo o post e é muito interessante a historia dos EUA. Gostei bastante da aula de historia. Bjos

  5. avatar
    Posted by Bruno Coriolano| 13/03/2015 |Responder

    Já estive na Philadelphia (prefiro grafar assim) duas vezes, cada uma melhor do que a outra. Claro que não era o objetivo do te post, mas o escritor americano Edgar Allan Poe também viveu nessa cidade e escreveu vários de seus contos lá. Philly é mesmo uma linda cidade, preparada para o turismo e as pessoas são muito receptíveis. Pena que das duas vezes que fui, foi uma correria. Parabéns pela postagem e o resumo de toda essas historia americana.

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 13/03/2015 |Responder

      Bruno

      Obrigado pela visita e pelo comentário.. Nunca tinha ouvido falar nesse escritor, vou tentar descobrir mais sobre eles

      Abs

  6. avatar
    Posted by Carlos A. Ranzani| 13/03/2015 |Responder

    Ola, Oscar. Vamos viajar agora em julho p/ os USA e especialmente esta região. A leitura dos brilhantes posts de vcs aqui e lá no Mauoscar.com sobre Philadelphia, Washington, Boston e New York tem me ajuda muito. Gostaria de pedir mais um dia p/ vcs. Faremos o trajeto de Philadelphia a Boston no dia 12 de julho, de carro. Segundo o Google maps, são 512 km, aproximadamente 5:30 h de viagem. Gostaria de saber se vcs tem sugestões de pit stop no caminho. Tanto p/ almoço, como para descanso, como alguma cidadezinha, ou parque ou lugar mais pitoresco para estas paradas. Um grande abraço e muito obrigado pelo quanto vcs facilitam a nossa vida de viajantes e parabéns pelo belo blog.

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 13/03/2015 |Responder

      Sim pelo caminho existem várias cidadezinhas/lugares interessantes para dar uma parada.. Eu particularmente recomendo Princetown (para visitar a Universidade do Einstein, quem sabe uma paradinha no Thomas Edison National Historical Park em West Orange em New Jersey, New Haven para visitar a Universidade de Yale. Dependendo o caminho vale a pena passar por Providence (Rhode Island) ou mesmo Hartford em Connecticut.. Só digo que essa viagem mesmo tocando direto, dificilmente vc fará em 5:30… Dependendo o horário que você sair de Philadelphia, passar pela altura de NY e chegar em Boston, vc certamente vai pegar transito.. Dentre as opções que citei acima acho que a visita ao campus da Yale University é certamente a mais logisticamente viável, uma vez que está praticamente no meio do caminho entre Philly e Boston

      Abraço

  7. avatar
    Posted by Carlos A. Ranzani| 13/03/2015 |Responder

    Ah…..completando a pergunta anterior. Faremos Washington a Philadelphia tb. de carro, 2 dias antes. Por favor, alguma dica de pit stop durante o percurso? Vale a pena uma parada rapida em Wilmington? Tanto numa viagem como a outra, ha alguma cidade, parque, etc. que valha a pena sair um pouco da rota, fazer um desvio p/ visitar. Muito obrigado pela gentileza.

  8. avatar
    Posted by Carlos A. Ranzani| 13/03/2015 |Responder

    Oi, Oscar. Muito obrigado pelas respostas, e não hà do que pedir desculpas. Vou decidir quais das opções iremos realizar e na volta conto aqui as nossas impressões. Muito grato.

Deixe um comentário

Seu email não será publicado. Todos os campos são requeridos.