Waimangu em Rotorua na Nova Zelândia

Waimangu: O mais novo sistema geotermal do mundo

Waimangu Volcanic Valley

Considerada uma das capitais geotérmicas do mundo, Rotorua apresenta uma série de atrações “fumegantes” imperdíveis para quem visita a ilha norte da Nova Zelândia. Entre elas o Waimangu Volcanic Valley, um vale de origem vulcânica com várias atrações geotermais e que está localizado à cerca de 25 km ao sudeste do centro de Rotorua.

Pouca gente se dá conta, mas zona vulcânica de Taupo na região de Bay of Plenty na qual Rotorua está inserida, concentra uma das áreas geotermais mais ativas do hemisfério sul. E fazem da cidade, um dos principais destinos turísticos da Nova Zelândia.

Formado na última das 5 erupções do vulcão Terawera dos últimos 18.000 anos, o Waimangu Volcanic Valley como conhecemos hoje é resultado direto da última explosão do vulcão ocorrida na noite de 10 de junho de 1886.

Esta violenta erupção do vulcão Terawera matou pelo menos 108 pessoas e chegou a ser sentida / escutada de Auckland até Christchurch na ilha sul. Além das inúmeras vidas perdidas e da destruição causada pela maior e mais devastadora erupção vulcânica que se tem registro na história geológica recente da Nova Zelândia, a explosão do Terawera destruiu para sempre os então mundialmente famosos terraços de sílica de Rotorua.

Na época, tais terraços (White & Pink Terraces) eram ao lado dos banhos termais da cidade, uma das mais populares atrações turísticas de Rotorua e considerados até então uma das maravilha naturais do mundo.

Waimangu em Rotorua na Nova Zelândia

Com mais de 30-40 metros de altura, o Pink e White Terraces eram um dos maiores e mais bonitos terraços vulcânicos de sílica do mundo e haviam sido re-descobertos 45 anos antes pelo naturalista alemão Ernst Dieffenbach.

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Como naquela época, o conhecimento sobre vulcanologia ainda era muito incipiente e restrito. Os sinais que antecederam a gigantesca explosão, como a elevação de temperatura e atividade geotérmica na caldeira do vulcão (Lake Rotomahana), não foram corretamente interpretados e nenhuma medida cautelar foi tomada.

Quando a explosão aconteceu para valer na noite de 10 de junho de 1886, apenas aqueles que estava a mais de 6 km de distância do Rotomahana Lake e das crateras do Terawera tiveram chance de relatar ao mundo o que aconteceu e o que viram naquela apocalíptica noite do inverno de 1886.

O fato é que, naquela noite, com a explosão do vulcão e sua caldeira (lago Rotomahana) pelo menos 4 diferentes crateras se formaram ao mesmo tempo expelindo lava, cinzas, e pedras que além de soterrar toda e qualquer forma de vida vegetal, animal e humana num raio de 6 km, transformou para sempre a geografia e história do local.

Considerado um dos maiores desastres naturais da Nova Zelândia do século XIX, a região permaneceu fechada e extremamente instável por alguns anos. Mas já no final do século a região passou a ser explorada novamente e partir de 1900 o Waimangu Geyser (que hoje teoricamente não existe mais) entrou em erupção jorrando água quente, vapor, pedras e areia a uma altura de aproximadamente de 450 metros de altura. Fato que faz desta, a maior erupção de um Geyser que se tem registro.

maior erupção de geyser já registrada aconteceu em Waimangu

O Waimangu Geyser logo atraiu muitos curiosos e turistas para a região, todos ávidos em ver de perto este raro fenômeno de proporções nunca vistas antes. Como as erupções eram impresivíveis e intermitentes, os visitantes passavam dias no local até o show acontecer.

Segundo os registros históricos, em 1903, quatro visitantes europeus morreram literalmente cozidos por uma destas erupções gigantes. Muito provavelmente vítimas do excesso de confiança.

O mais interessante nesta história toda é que o Waimangu Geyser permaneceu ativo por aproximadamente apenas 4 anos. Mais precisamente até Novembro de 1904 quando deixou de jorrar água e vapor e literalmente secou. E se não fossem pelas fotografias tiradas naquela época, seria difícil acreditar que ali no passado existiu um geyser com o poder de jorrar água e vapor a esta altura.

Comprovando a instabilidade do terreno, 13 anos depois, em 1917 uma grande explosão vulcânica provocaria a formação do Frying Pan Lake/Echo Crater. Um dos maiores lagos de água quente do mundo, que nada mais é que um gigantesco Geyser que desde então nunca entrou em erupção para valer, embora sua temperatura permaneça oscliando na casa dos 55o – 60oC quase 100 anos depois de seu nascimento.

Logo ao lado desse enorme lago de água quente, uma formação chama bastante atenção. São as chamadas catedrais, um conjunto de pedras que mais parecem chaminés soltando vapor 24 horas por dia. Estas de certa forma, servem para aliviar a pressão desta verdadeira panela de pressão.

Visitando Waimangu, vale à pena observar que mesmo com a temperatura e o vapor intermitente expelido por estas chaminés, algumas plantas conseguiram se estabelecer por alí.

Outra formação bastante peculiar dentro do Waimangu Valley é o belíssimo Inferno Crater. Caracterizado pelo seu azul intenso que mais parece que alguém derramou um corante na água, o nível do lago tem um ritmo complexo de ciclos que duram cerca de 15 dias e apresentam cerca de 8 metros de variação do nível do lago.

O inferno crater está localizado à de cerca de 50 metros de um rio de águas quentes que corta o vale num desnível considerável de uns 100-200 metros, que nos faz pensar como é que a água da cratera não “vazou” até hoje para o rio. Coisas estranhas das entranhas da terra que devo dizer, desafiam nosso entendimento e as leis básicas da física.

O fato é que o Waimangu Volcanic Valley pode ser considerado a mais nova região/bacia geotermal do mundo. Visto que antes de 1886, a única atividade geotermal da área eram justamente os terraços de sílica que explodiram em 10 junho de 1886. Desta forma, todas as atrações geotermais que vemos por alí, tem menos de 1 século e meio de existência.

Aos poucos novos terraços de sílica estão se formando em algumas áreas da bacia do Waimangu Volcanic Valley. Infelizmente, este é um processo lento e acredito que nossa espécie não estará mais aqui para ver algo semelhante aos tais terraços de sílica que existiam por alí antes de 1886.

Curiosamente, escrevendo este post descobri que recentemente, em comemoração aos 125 anos da erupção que formou, ou melhor destruiu tudo,  pesquisadores descobriram que grande parte dos fantásticos terraços de silica encontram-se submersos a mais de 60 metros de profundidade no Rotomahana Lake.

Por sinal para a ciência a erupção de 1886 é um verdadeiro prato cheio para entender diversas questões relativas a formação da terra e surgimento da vida em nosso planeta. E é por isso que desde então, a atividade geotermal e a evolução da recuperação do ecossistema com o ingresso de fauna e flora tem sido constantemente monitorada.

O local oferece aos cientistas e visitantes uma oportunidade única para o entendimento de circunstâncias tão comuns ao nosso planeta a milhões de anos atrás. Certamente um passeio e tanto para quem curte geologia e se interessa por esse tipo de programa.

Visitando Waimangu Volcanic Valley

O Waimangu Volcanic Valley é uma reserva cênica administrada pelo Departamento de Conservação da Nova Zelândia e é gerenciada por meio de uma concessão por uma empresa privada que oferece diferentes tipos de ingressos e pacotes para quem pretende visitar o local.

Para chegar lá, digamos que sofremos um pouco visto que o GPS não quis encontrar o endereço informado no site ou nos panfletos distribuídos no centro de visitantes de Rotorua. De toda forma, fazendo a busca por atrações conseguimos chegar lá sem maiores problemas. De toda forma, a coordenada geográfica para chegar lá é ( S 38.17.111   E 176.23.166).

A estrada até lá é boa e toda asfaltada.. A partir da Highway 5 (Taupo-Rotorua) são aproximadamente 6 km até a entrada/estacionamento do Waimangu Volcanic Valley. Relativamente fácil de encontrar se fosse um pouco melhor sinalizada.

Nós optamos pelo ingresso normal (sem o passeio de barco pelo Rotomahana Lake). E para dizer a verdade só não fizemos o passeio com barco pois achamos as atrações de Rotorua como um todo com preços digamos salgados, principalmente quando você pretende visitar várias atrações.

Pago o ingresso, aproveite para comprar uma água na lojinha para não morrer de sede como nós fizemos. A caminhada é longa e não há muita sombra pelo caminho.

A partir daí, e ter o mapinha dado com o ingresso (inclusive com versão em portugues), e seguir a trilha (morro abaixo) passando por uma série de pontos de interesse (4 kms ao todo até o lago). A boa notícia é que a volta (morro acima) pode ser feita com um Shuttle, e isso já está incluso no ingresso.

Hoje, apesar de muito mais estável, ao longo de toda a trilha pelo parque geotermal existem marcas alertando para os perigos de sair dela.

Endereços úteis:

Endereço:

587 Waimangu Road,

Rotorua 3043, New Zealand

Coordenadas GPS:

Latitude Longitude
S 38.17.111 E 176.23.166

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Obrigado!!

Oscar Augusto Risch

5 Comentários

  1. avatar
    Posted by Monica Guimarães| 05/04/2016 |Responder

    Nossa que interessante!!!
    Uma pena que estes Pink and White Terraces não existem mais!!

    • avatar
      Posted by Oscar Augusto Risch| 05/04/2016 |Responder

      Verdade.. Uma pena mesmo.. devia ser lindo pelas fotos antigas e ilustrações que jia vi por aí.. Uma pena também que esse super geyser que surgiu depois da erupção que destruiu os terraços também nunca mais voltou a funcionar..
      Obrigado pela visita

  2. avatar
    Posted by Jorge Sousa| 08/04/2016 |Responder

    Show Oscar! Chego na nova Zelândia semana que vem. Abraço!

  3. avatar

    […] Waimangu em Rotorua: O mais novo sistema geotermal do mundo […]

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