Xangai uma aventura para lá de diferente

Depois de quase 9 horas em trânsito, finalmente chegávamos em nosso hotel. Quase ao lado dele ficava um enorme templo budista chinês que realmente nos chamou atenção pela sua opulência. Como era de se esperar, o hotel era chiquérrimo e muito bem localizado. Além de voarmos de classe executiva ficamos hospedados no Portman Ritz Carlton Hotel. Mal podia acreditar que havia ganhado esta viagem numa promoção, comprando um vinho chileno em Singapura e para assistir a um torneio de Golfe patrocinado pelo HSBC.

Hall Hotel Ritz Carlton Portmann em Xangai

Fizemos nosso Check-In e ganhamos um quarto localizado no 15 andar do hotel. Na recepção ainda recebemos nossa agenda de compromissos para o evento co-patrocinado pela Concha e Toro, da qual ganhamos esta viagem.

Hotel em Shanghai

Subimos para nosso quarto que ficava no final do corredor, ao entrar no quarto ficamos muito surpresos, era tudo muito chique e bonito, principalmente nosso banheiro, sem dúvida esse foi um dos melhores hotéis que já ficamos na vida. E o melhor de tudo sem ter que pagar nada por isso.

Hotel Ritz Carlton em Xangai

Como em nossa agenda nosso primeiro compromisso estava marcado apenas para às 13:30, decidimos tomar um banho e ir explorar um pouco da cidade. No concierge do hotel pegamos indicações de lugares para visitarmos na região da People Square Plaza e um cartão com o nome do hotel em chinês em caso de alguma necessidade, e partimos para explorar a cidade.

HSBC Champions em Xangai

Como uma garoa fina persistia, pegamos dois guarda-chuvas emprestados do hotel e lá fomos nós explorar Xangai. Ao sairmos do hotel podemos ver um ônibus e vários carros com propaganda do torneio HSBC Champions de Golf , muitos deles usados para o transporte de jogadores hospedados no hotel. Apesar da chuvinha chata, a temperatura estava uma delícia, principalmente para quem estava acostumado com o calor infernal de Singapura.

Propaganda do Torneio de Golfe espalhada pela cidade

Fomos caminhando em direção à People Square Plaza, confesso que fiquei extremamente surpreso com o grau de desenvolvimento, “limpeza” e “organização” de Xangai. Mas não demorou muito para a gente começar a constatar alguns hábitos bastante curiosos dos chineses, alguns deles extremamente nojentos. Como o terrível hábito de cuspir na rua a todo momento, um horror.

Limpeza das Ruas de Xangai

Em segundo lugar o trânsito na China é uma aventura. Neste país parece vigorar a lei do de quem pode mais. Em alguns momentos tínhamos a impressão que de respeitar o sinal vermelho para o pedestre passar era algo facultativo. Mas ouvi dizer que isso é algo intrínseco ao Chinês e a revolução cultural chinesa. Como é que a cor vermelha, verdadeiro simbolo nacional poderia significar parar? Tanto que já ouvi uma história dizendo que as autoridades tiveram que desligar temporariamente os semáforos ate encontrar uma solução. Mas eu acho que isso é mais lenda do que verdade.

Xangai cidade das bicicletas

Outra constatação, embora vender produtos piratas não seja permitido “oficialmente”, você sendo estrangeiro é abordado a todo momento na rua para comprar de tudo que você pode imaginar, passando por bolsas e relógios falsificados, oportunamente conto mais sobre isso.

Teatro de Xangai

Nos surpreendemos muito positivamente com a cidade principalmente no trajeto à pé entre o hotel e a People Square. Quase toda a frota de ônibus é movida à eletricidade, existem centenas de milhares de bicicletas trafegando pela cidade enfim se pensarmos pelo lado ecológico da coisa isso diminui bastante a poluição e o caos no centro da cidade.

Bicicletas em Xangai, um dos meios de transporte mais utilizados pela população

Mas o mais surpreendente de tudo nesta história é o fato de estarmos um verdadeiro centro capitalista num país que se diz socialista. Por todo o trajeto o que mais víamos eram lojas de grifes famosas, concessionárias de carros importados.

Loja da Ferrari em Xangai

Chegamos à People Square, a chuvinha fraca e chata continuava sem dar trégua, mas mesmo com o tempo ruim estávamos gostando muito do passeio. Pelo caminho vimos uma torre que fazia parte da antiga estação central de Xangai, construída em estilo Neoclássico com um enorme relógio. Atualmente o local abriga o Shanghai Meishuguan Museum, um Museu de Arte de Xangai, e coincidentemente neste período estava ocontecendo no local uma Bienal.

Shanghai Meishuguan Museum

Em frente a este museu havia uma enorme locomotiva, com uma estátua de três Soldados do tempo da revolução cultural comandada por Mao Tsé Tung. Aproveitamos para tirar algumas fotos e seguimos andando.

Locomotiva em frente ao Shanghai Meishuguan Museum

Numa das laterais do prédio do Museu de Arte de Xangai havia uma série de esculturas de formigas furta-cor colocadas como se estivessem subindo pelas paredes, umas bem grandes e umas centenas de formigas pequenas, digamos bem curioso.

Formigas Bienal de Xangai

Passamos ainda pelo Grande Teatro de Xangai (Shanghai Da Juyuan), uma enorme construção com linhas modernas, projetadas pelo arquiteto francês Jean-Marie Charpentier. Com cerca de 1800 lugares o local abriga espetáculos de Ballet, Ópera, Música Clássica e até mesmo espetáculos da Broadway. Infelizmente a visitação ao público é aberta apenasnas segundas-feiras.

Shanghai Da Juyuan em Xangai

Até que chegamos ao epicentro da People Square, a praça principal da cidade, onde se encontram a prefeitura (Shanghai Renmin Zhengfu), o centro de planejamento urbano de Xangai (Chengshi Guihua Guan) e o extraordinário Museu de Shangai (Shanghai Bowuguan) entre outras atrações de Xangai.

Prefeitura de Xangai na Peoples Square

Uma das coisas interessantes de se observar ao redor desta praça são os diferentes estilos arquitetônicos dos edifícios que a cercam. Outra coisa curiosa é que todos os postes de iluminação pública são enfeitados com bandeiras chinesas, mostrando como eles são nacionalistas/patriotas. É uma sensação esquisita, dificil de descrever estar num local que ao mesmo tempo embora seja um pais comunista, não nos sentimos como tal.

Bandeiras Chinesas espalhadas pela People Square em Xangai

Edifício com Coroa

Edifício do Radison Hotel com uma Nave Espacial Pousada

Mas o que mais me chamou atenção, foram os jardins desta praça, todos absolutamente impecáveis. Chegando próximo ao Museu de Xangai, podemos ver jardins de begônias extremamente floridos. A arborização urbana é absolutamente impecável.

People Square Plaza e o Museu de Xangai

Para visitarmos o Museu de Xangai tivemos que dar uma volta completa em torno dele, de modo a conseguirmos chegar ao seu acesso principal. A boa notícia era que o museu era gratuito, inclusive para estrangeiros.

Museu de Xangai e sua arquitetura inspirada no Feng Shui

O local ainda tinha um fortíssimo esquema de segurança, como acho que nunca vi em outro museu antes. Tivemos que passar por um detector de metais e nossa mochila pelo Raio X, como se estivéssemos embarcando em um avião. Como estávamos carregando uma garrafa de água, o guarda mandou abrir a mochila e eles mandaram a gente tomar um gole desta água, para se certificar que não era um ácido ou coisa do gênero. Mas mesmo assim podemos entrar com a garrafa desde que ela ficasse o tempo todo na mochila. Enfim muito engraçado para não dizer outra coisa.

Hall do Museu de Shanghai

A visita a este museu foi o máximo. O Museu de Xangai tem cinco andares, e uma área total de 39.200 m². Foi projetado por um arquiteto local, e foi concebido sob a forma de um velho tripé de bronze chamado Ding. A peça que serviu de inspiração para o desenho está em exibição no museu.

Clarabóia do Museu de Xangai

O edifício tem ainda uma parte redonda no topo e uma base quadrada, de acordo com os principios do Feng Shui, simbolizando a antiga percepção do mundo pelos chineses, sendo o céu redondo, e a terra quadrada.

Entrada do Museu de Xangai

O museu tem uma coleção de mais de 120.000 peças, incluindo artigos de bronze, cerâmicas, caligrafia, mobiliário, esculturas em jade, moedas antigas, pinturas, selos, esculturas, arte das minorias e arte estrangeira.

Close nos leões que “guardam”a entrada do Museu de Xangai

Ao todo no museu existem treze galerias de exposições, sendo destas, 3 de exposições temporárias.

As 10 galerias de exposições permanentes são divididas assim:

Galeria de bronze chinês antigo

Galeria de escultura chinesa antiga

Galeria de cerâmica chinesa antigo

Galeria das jades

Galeria de pinturas chinesas antigas

Galeria de caligrafia chinesa antiga

Galeria de selos chineses antigos

Galeria de numismática chinesa antiga

Galeria de mobiliário chinês em dinastias Ming e Qing

Galeria de Aartes e ofícios das Minorias Chinesas

O Museu de Xangai abriga diversas coleções de importância nacional, e é considerado o melhor museu de arte e história chinesa dentro da china. Uma vez que grande parte do acervo cultural deste país foi levado pelos chineses capitalistas que fugiram para Taiwan durante a revolução cultural.

Moeda Chinesa antiga em Bronze

Todas as galerias são muito interessantes, se tivéssemos mais tempo seria possível ficar horas apreciando todas as coleções, mas de fato as galerias mais interessantes em nossa opinião são as que retratam as minorias chinesas, com os mais diferentes trajes possíveis e imagináveis. A coleção de cerâmicas e as coleções de Bronze também são magníficas. Mas ao fim de nossa visita ao museu nossos pés estavam literalmente acabados.

Traje Típico de Minoria chinesa em exposição no Museu de Xangai

Na sequência fomos caminhando em direção à Nanjing Road, lá vimos uma loja da Hershey’s como a que o Mau havia visitado em NYC. Ainda ganhamos alguns Kisses de amostrinhas grátis, mas acabamos não compramos nada. Como o horário de nosso compromisso da agenda do evento se aproximava, seguimos em direção ao nosso Hotel.

New World Emporium, onde havia uma loja da Hershey’s

Pelo caminho, vivenciamos mais algumas experiências diferentes em Xangai. Passamos por um shopping de produtos falsificados.. Meu Deus!! O que era aquilo?!? Descreveria aquilo como algo parecido com Ciudad de Leste em véspera de Natal quando os importados eram artigos de luxo no Brasil e com preços de uma Black Friday. Enfim um caos.

Comércio Fervilhante de Xangai

O interessante desta experiência é que num primeiro momento eles vendem produtos “normais” que não são de marca. Mas é só você dar trela que eles começam a falar as mais diferentes linguas que eles imaginam que você fala.. Além obviamente das grifes. Pode ter certeza que a grife que voce pensar em perguntar você vai encontrar. É só você falar alguma que, como num passe de mágica eles levam você para trás da loja onde existe um estoque de centenas se não milhares de produtos falsificados de todas as marcas e grifes imagináveis.

“Orchard Road” de Xangai

Detalhe existem diferentes tipos e níveis de falsificação dos produtos, indo desde falsificações baratas até cópias praticamente fiéis dos produtos, que muitas vezes são produzidas inclusive no mesmo lugar que as originais, mas digamos que por algum defeito foram desprezadas como um artigo de segunda qualidade. São as mais diferentes grifes, indo desde marcas de tênis como Nike e Adidas indo até Louis Vuitton, Gucci, Prada, etc…

Os produtos falsificados são dos mais diferentes tipos e qualidade possíveis. Para fazer uma boa compra você tem que pechinchar, como em quase todos os lugares na Ásia eles começam com o preço lá em cima, mas a cada passo que você da se afastando da loja o preço cai, ficando muitas vezes a 10% do valor original. Mas o povo nestes lugares não dão trégua, você é “bombardeado” por todos os lugares por vendedores querendo vender seus artigos. Mas não compramos nada, a não ser um jogo para o Nintendo Wii, que previsivelmente não funcionou em nosso retorno a Singapura.

Se você pretende comprar alguma coisa num lugar destes a melhor hora para fazer isso é no início da manhã, uma vez que diz a superstição chinesa. Os primeiros clientes do dia tem que sair feliz, caso contrário isso trará má sorte para os negócios do dia.

Barraquinha de Artesanato em Xitiandi no final da tarde

Quando chegamos ao nosso Hotel, e nos preparávamos para o primeiro encontro com o representante da Concha e Toro, notamos que nossa agenda que nos foi dada por ocasião do Check-In constava nomes diferentes dos nossos. Ligamos na recepção e de fato eles haviam nos dado a agenda errada. Segundo a programação da agenda correta, deveríamos ter encontrado o representante da Concha e Toro às 09:30 da manhã, ou seja estávamos literalmente passeando por Xangai enquanto o patrocinador da nossa viagem nos aguardava.

Ou seja, uma situação super desagradável criada pelo hotel, uma vez que havíamos perdido este encontro. Fomos ao balcão do HSBC onde estavam fornecendo as credenciais para o torneio e nosso nome não constava na lista. Ou seja, estávamos ferrados. Ainda sim conseguimos o contato da pessoa que deveríamos ter encontrado, ligamos para ele para nos desculpar e contar o erro cometido pelo hotel. Como ele já estava no torneio combinamos de nos encontrar a noite no lobby do hotel para o jantar oferecido por eles.

Nesse meio tempo, o gerente do hotel veio falar conosco e relatamos o ocorrido, ele imediatamente pediu um milhão de desculpas pelo ocorrido e como forma de reparar o transtorno nos ofereceu um almoço em um dos 3 diferentes restaurantes do hotel. Podiamos escolher entre Japonês, Italiano e Chinês, acabamos optando pelo primeiro.

Como havíamos perdido o transporte para o torneio de Golfe do HSBC naquele dia, ele ainda nos ofereceu como cortesia do hotel um city tour com motorista e guia em inglês, ou seja no final das contas nos demos muito bem.

Fomos ao nosso quarto rapidamente e fomos almoçar, o restaurante japonês do hotel era chiquérrimo, com as mulheres todas vestidas à carater como se fossem quase umas gueixas “made in China”. Todas vestiam quimonos de seda e tinhamos uma para cada um. Escolhemos nossos pratos, e já que não estavamos pagando resolvi pegar a refeição completa mais cara do menu algo em torno de 150 USD. Mas enfim, como nossa viagem era VIP nada como aproveitar. O Mau pegou um outro prato mais simples para nós experimentar coisas diferentes, para beber pegamos uma cerveja Asaki do Japão e uma taça de vinho branco.

Na hora de servir, as nossas respectivas gueixas “made in China” traziam uma coisa diferente de cada vez. Mesmo gostando de Sushi e Sashimi algumas coisas nem consegui experimentar, e o pior de tudo eram aquelas chinesas vestidas de japonesas do nosso lado vendo e aguardando a gente comer.

Restaurante Japonês no Ritz Carlton em Xangai

Mas sem dúvida o pior momento desta aventura culinária, foi quando veio o prato principal 2 ostras gigantescas, enfim fui tentar comer, foi a pior experiência de todos os tempos, fiquei tentando engolir aquilo por uns 5 minutos e cada tentativa, quase vinha tudo para fora. O problema não era o fato de ser ostra e sim o tamanho das monstras. Ainda bem que não tivemos que pagar absolutamente nada. Antes tivessemos ido no restaurante Italiano.

Aguardando a ostra gigante….

Depois que terminamos o almoço, nosso motorista e a guia já estavam nos esperando no lobby do hotel. Como se não bastasse ter motorista e uma guia bilíngue, nosso carro era um Audi A6. Bendita hora que trocaram nossas agendas. Até porque não não fosse assim quase não teriamos tido chance de conhecer a cidade.

Carro do City Tour Cortesia

Começamos nosso tour pela cidade com a guia nos contando um pouco sobre a história da cidade de Xangai. Em rápidas palavras o desenvolvimento mercantil e financeiro iniciou-se quando a cidade, no fim da guerra do Ópio (Tratado de Nanquim, 1842), passou a ter o controle do tráfico comercial com os países ocidentais.

Desta forma, em pouco tempo adquiriu o monopólio de mais da metade do comércio externo da China, o que consequentemente gerou um grande desenvolvimento urbano e demográfico na cidade.

Antes da Segunda Guerra Mundial, Xangai era o maior centro comercial do Extremo Oriente, com quase 5 milhões de habitantes. Era dividida em duas áreas distintas, uma parte chinesa e outra europeia e gozava o direito de extraterritorialidade, com um regime jurídico próprio e diferente do restante da China.

Na década de 1930, Xangai tornou-se um dos maiores portos marítimos da Ásia, com opulentos bancos e edifícios de escritórios ladeando o porto nas margens do rio Huangpu. No que também é conhecido como The Bund. O local por sinal, é uma perfeita introdução ao glorioso passado da cidade. Com exemplares impressionantes de arquitetura européia que parecem contar as histórias de orgulho e subjugação, comércio e cultura.

Em 1945, após a rendição japonesa, a cidade foi ocupada por forças americanas, a pedido de Chiang Kai-shek. De forma a impedir que a cidade fosse tomada por Mao Tsé Tung e as tropas comunistas. Mas em 1949, depois da derrota definitiva das forças nacionalistas e a sua retirada para a Taiwan, Shanghai se transformou imensamente.

A partir desse ano, as condições de vida da cidade mudaram totalmente, passando a integrar a República Popular da China, a maioria dos cidadãos estrangeiros abandonaram a cidade. O mesmo também se observou entre vários empresários chineses que preferiram tocar seus negócios em Hong Kong.

Nas últimas décadas Xangai, por seu passado cosmopolita foi elevada a condição de ZEE (Zona Especial Econômica) que aos poucos fez a China se abrir para o mundo. Tanto que hoje é impossivel imaginar um mundo sem China num dos papéis de maior destaque no contexto internacional.

Nossa primeira parada em nosso city tour guiado em Xangai foi em Nanshi, conhecida como a parte antiga de Xangai, lá de fato podemos nos sentir na China que todos nós idealizamos. Um local repleto de construções em estilo chinês, templos, pagodes e um mercado que vende de tudo possivel e imaginável. Mas o trânsito para chegar lá era extremamente caótico. Detalhe é impossivel tirar uma foto do lugar sem pessoas aparecendo.. Também um país com a população da china fica realmente complicado.

Distrito de Nanshi em Xangai. Aqui sim você sente que está na Ásia

Mas ainda assim, valeu muito a pena. A arquitetura local é muito impressionante, diversos becos que realmente transportam você para a verdadeira Ásia. Além disso o local é repleto de lojas vendendo artesanato típico chinês. Mas naquele lugar você praticamente se sente um ET.. São raros os ocidentais que se ve na rua.

Passeio pelos becos de Nanshi.. Você vê algum Ocidental?

Uma das coisas que tenho que destacar são os mais diferentes tipos de comida. Entre eles o famoso Xiaolongbao, os Dumplings de Xangai cozidos no vapor. Uma das comidas típicas mais famosa da cozinha de Shanghai.

Xiaolongbao em Nanshi em Xangai

Depois visitamos o Yu garden (Yù Yuán), que apesar de ser pago foi muito legar de conhecer. O jardim em estilo chinês está entre os mais antigos do mundo, e foi construído pela primeira vez em 1559 como um jardim privado. Foi concebido por Yunduan Pan, que passou quase 20 anos construindo este jardim de agradar seu pai Pan-En, na época um funcionário de alto escalão na Dinastia Ming.

Huxinting Teahouse – Uma das casas de Chá mais tradicionais em Xangai

Ao longo dos anos, o jardim ficou abandonado até cerca de 1760, quando foi comprado por comerciantes, e em seguida foi restaurado. No século 19 sofreu quase sua destruição completa durante as Guerras Ópio.

Yu Garden em Xangai, infelizmente era início do inverno

Em 1942, quando os Japoneses invadiram a cidade, novamente quase totalmente destruido. O local foi restaurado pelo governo local entre 1956-1961 e aberto ao público em 1961, e declarada monumento nacional em 1982.

Construção em estilo chinês no Yu Garden

Contraditoriamente “Yu”em chinês significa paz e conforto, mas aparentemente apenas nestes últimos cerca de 50 anos o local realmente conseguiu a paz. De fato o jardim é muito bonito, repleto de Bonsais, Casas em estilo chinês, para diferentes usos desde templo até Casa de chá. Os lagos ainda são repletos de carpas, muito muito bonito.

Carpas no Yu Garden

Na saída passamos em uma rua onde estava sendo encenado uma ópera chinesa, infelizmente não tínhamos muito tempo para conhecer e apreciar. Visto que o dia seguinte seria no torneio de Golfe, queríamos aproveitar ao máximo nosso tour guiado.

Nanshi em Xangai

Parte de uma ópera chinesa que acontecia em Nanshi

Nossa guia então ligou para o nosso motorista, que em seguida nos pegou para irmos em direção ao The Bund na parte comercial antiga da cidade. La é onde se localizavam os bancos e edifícios do governo, até 1949. Passamos pela antiga Sede do HSBC em Xangai, atualmente sede de Shanghai Pudong Development Bank, onde podemos ver os leões, iguais aos que estão no Prédio do HSBC em Londres e Hong Kong.

Antiga Sede do HSBC em Xangai

Dali seguimos em direção à Pudong do outro lado da margem do rio Huangpu, onde se localiza o centro financeiro moderno de Xangai.

Pudong vista do Bund

Ao chegar em Pudong ficamos impressionados com os prédios, principalmente com Jin Mao Tower e o International Financial Center este último, gerou muita polemica durante sua construção. A característica mais distintiva do desenho deste edifício é uma abertura no seu topo.

Jim Mao Tower em Xangai

Esta abertura, originalmente foi planejada para ser circular, mas o desenho começou a gerar protestos por parte dos chineses, incluído do prefeito de Xangai. Uma vez que os consideravam o desenho muito similar ao sol nascente desenho da bandeira do Japão. Outros ainda dizem que o edifício em determinado ângulo lembra uma espada de samurai fincada em solo chinês.

World Financial Center

World Financial Center visto de outro angulo

Mas o objetivo principal de nossa ida até Pudong era ir ao Xangai Mao International Building, sede do HSBC na China Continental e a Pearl Tower. Este primeiro que embora tenha 43 andares e uma altura de 203 m parece pequeno perto dos outros edifícios que o circunda. Foi construído em 1998, e desta forma finalmente conhecemos o S do HSBC que em inglês provém das iniciais de HongKong and Shanghai Banking Corporation.

Pearl Tower em Xangai

Aproveitamos que estávamos ali para sacar mais alguns Yuanes, moeda local da China. Sacar moeda local, sem ter que fazer o câmbio e pagar taxas sendo cliente do segmento Premier, é uma das grandes vantagens de um banco internacional com presença Global como o HSBC. Tenho que dizer que acho muito legal estar em diferentes países e você ter a disponibilidade de sacar dinheiro de sua conta corrente do seu país de origeme sem nenhuma taxa.

Prédio do HSBC em Xangai

Como o trânsito para chegar até a Pearl Tower estava extremamente caótico, e dizem que as filas para subir são ainda piores acabamos abortando esta parte da visita.

Pudong a porte moderna de Xangai

Como última parada de nosso City tour guiado, fomos ao International Settlement, também conhecido como French Concession. Por recomendação de nossa guia antes ainda passamos em uma loja de produtos de origem duvidosa que até Celine Dion esteve quando visitou Xangai.

Edifícios mais altos da China

Tenho que dizer que os produtos eram de fato de altíssima qualidade, eram réplicas quase perfeitas dos produtos originais, embora tenha que dizer o acesso a este tipo de loja é bastante estranho. Mas de fato o negócio apesar de ser ilegal tem muita procura e vista grossa do governo, bom para aqueles consumidores, que se negam a pagar fortunas por certas peças de roupas e/ou acessórios.

Aspecto de uma Rua comum em Xangai

Na French Concession, fomos conhecer uma área chamada Xintiandi , uma área isenta de tráfego de carros onde se pode fazer compras, comer e é considerada uma área nobre de entretenimento em Xangai.

French Concession em Xangai

O local é super simpático, composto por uma série de casas e estreitas vielas, que agora servem como lojas, livrarias, cafés e restaurantes. A maior parte dos cafés e restaurantes tem lugar para sentar tanto dentro como fora, lembrando muito a Europa. Xintiandi tem uma vida noturna ativa em dias de semana, bem como fins de semana. Trata-se de uma área com um ar romântico, com uma ótima atmosfera, boa gastronomia e música. Xintiandi significa “Novo Céu da Terra”.

Esculturas em Xintiandi no French Concession em Xangai

No dia seguinte, fomos jantar em um restaurante nesta área chamado “Latina”, que na verdade é uma churrascaria Brasileira. Antes de voltarmos ao hotel pegamos um sorvete no Cold Stone, desta forma fechando com chave de ouro nosso passeio por Xangai depois de uma tarde excelente.

Cold Stone onde você mistura os ingredientes que desejar ao seu sorvete

Chegamos ao hotel, nos dirigimos para nosso quarto, tomamos um bom banho demos uma descansada rápida e nos arrumamos para encontrar os representantes da Concha e Toro no lobby do hotel para o jantar oferecido por eles em um restaurante chinês tradicional.

Lobby do Hotel em Xangai

Como este restaurante não ficava muito longe do hotel, fomos caminhando até ele, logo na entrada do restaurante deu para perceber que o jantar seria refinado. O restaurante possuía diversas salas de jantar individuais, ao entrar até parecia que estávamos indo a um jantar da Yakusa (máfia japonesa), já que conosco tinham mais uns 10 Japoneses. Um dos quais a agenda veio parar em nossas mãos. Infelizmente esqueci de levar a camera no jantar.

Antes do Jantar, ainda tivemos uma apresentação institucional da Concha e Toro e suas ambições na Ásia. Obviamente tudo regado a muito vinho Concha e Toro. Assim que o jantar começou a ser servido coisas estranhas eram postas na mesa, de fato muita fartura e variedade, mas mal sabíamos o que estava sendo servido. Algumas coisas nem cheguei a experimentar, mas ainda assim tentamos provar de tudo um pouco.

Num determinado momento foi servido uma carne com cogumelos, eu primeiramente só peguei vários cogumelos, ate que um pedaço de carne veio junto, achei muito estranho um pedaço de carne branca roliça e com uma pele ao redor, na hora até passou pela minha cabeça que aquilo poderia ser cobra, afinal estava num país em que comer cobra e normal. Mas mesmo assim, talvez por influência do vinho resolvi experimentar um pouco.

Nestes jantares tradicionais chineses, enquanto você não para de comer eles trazem mais comida. Ainda foi servido vários tipos de frutos do mar, os camarões, o caranguejo estavam deliciosos. Mas além dos frutos do mar foi servido carne de cachorro, pulmão de porco entre outras coisas que nem ficamos sabendo. E melhor assim mesmo.

Já no finalzinho do jantar foi servido uma sopa, quando olhamos para dentro do recipiente haviam sapos ou rãs sei lá o que era aquilo boiando. Mas depois daquilo não conseguimos mais comer nada.

O engraçado mesmo era ver todo mundo bêbado, os japoneses então de tanto beber pareciam uns pimentões, era até engraçado. Meu inglês até parecia que fluía melhor, voltamos ao hotel, caímos na cama e capotamos. Mas mesmo este sido o dia de culinária mais exótica em nossas vidas continuamos vivos.

Só este dia desta viagem à Xangai já foi o suficiente para dizer que valeu muito à pena. O melhor de tudo nesta história foi o fato de ser V.I.P. , Se viajar já e bóm sem ter que gastar um tostão do bolso é ainda melhor, se já gostávamos dos vinhos da Concha e Toro, depois desta viagem viramos fãs de carteirinha.

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Oscar Augusto Risch

5 Comentários

  1. avatar
    Posted by Fernanda| 10/11/2010 |Responder

    Olá Oscar,
    Adorei suas impressoes sobre Xangai. Minha experiencia foi muito parecida com a sua. As fotos postadas estao lindas, parabéns!
    Se pudesse definir Xangai em uma palavra seria: surpreendente!
    Abs.

    • avatar
      Posted by Mauoscar| 16/11/2010 |Responder

      Oi Fernanda

      Obrigado pela visita e pelos elogios 😀
      Xangai foi uma experiência inesquecível!! O melhor de tudo ainda foi conhecer a cidade como VIP 😀
      Bjs

  2. avatar

    […] Algumas dicas do Goiataca: http://www.goitaca.com/category/asia/china/1 Dicas do Oscar de Xangai: http://mauoscar.com/2008/11/19/xangai/ Moradora em Xangai: http://tofunachina.com/ A Tati é um docinho, mora pertinho de Xangai e quase […]

  3. avatar
    Posted by Kelly Pereira| 18/03/2014 |Responder

    Eu adoro Shanghai!! Pena que sempre passo muito rápido e não consegui ainda fazer passeios tão legais como os que vc fez… Se puder visitar a cidade novamente opte pelo passeio de barco, é demais!!
    Mas uma coisa que aprendi nas minhas viagens pra China é… Nunca, jamais pergunte o que vc está comendo…rsrs

    • avatar
      Posted by Oscar Risch - MauOscar Blog de Viagens| 07/04/2014 |Responder

      Kelly

      Queria muito ter feito um passeio de barco, mas 3 dias foram pouco tempo para fazer tudo.. Um dia eu volto com certeza..
      Só sei que hoje sou muito mais aberto a comida chinesa do que era na época que visitei Xangai, hoje eu iria me acabar nos dumplings

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