- On 27/08/2016
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Jardim Nacional das Orquídeas em Singapura
Jardim Nacional das Orquídeas em Singapura
Auto-intitulada de “Garden-City”, Singapura é um verdadeiro paraíso para os aficionados por plantas e jardins. Se você é um daqueles que quando viaja adora conhecer plantas e jardins. Então, quando visitar a Ásia, não deixe de conhecer Singapura e seus jardins. Entre eles, o Jardim Nacional das Orquídeas em Singapura, uma das maiores e mais completas coleções de orquídeas do mundo.
Localizado no coração do histórico Jardim Botânico de Singapura, o qual recentemente se tornou o primeiro patrimônio mundial da humanidade de Singapura, o Singapore National Orchid Garden além de ser um verdadeiro colírio para os olhos, é também líder mundial em hibridação, pesquisa e conservação de várias espécies e gêneros de orquídeas.
Desde que visitei o Singapore National Orchid Garden pela primeira vez, quando tinha acabado de me mudar para a cidade em 2008, ele logo se transformou num dos meus locais favoritos na cidade. E hoje, toda vez que regresso à Singapura à passeio, faço questão de dar uma passadinha por lá. E acreditem, depois de mais de 20 visitas ao local, sempre descubro algo de novo e fascinante por lá.
Inaugurado em 20 de Outubro de 1995 pelo Sr. Lee Kuan Yew, o Jardim Nacional das Orquídeas de Singapura, além da pesquisa científica e desenvolvimento de novos hibridos, exibe ao público alguns dos mais raros e exuberantes espécimes dessa família de plantas aos turistas e moradores de Singapura.
Localizado na colina mais alta dentro dos limites do Jardim Botânico de Singapura. O National Orchid Garden de Singapura possui cerca de 3 hectares de área e conta com uma série de caminhos cuidadosamente desenhados para proporcionar uma experiência única, onde os visitantes tem a oportunidade de conhecer mais 600 espécies diferentes de orquídeas e mais de 2000 híbridos. Um impressionante jardim com aproximadamente 100.000 plantas da família Orchidaceae.
Concebido no inicio da década de 90, uma das características mais marcantes do National Orchid Garden de Singapura é o seu design. O qual apresenta as orquídeas de acordo com as quatro estações do ano. Na zona que representa o inverno, você encontrará orquídeas de cores frias, como azul e branco. Já no verão, você encontrará flores de cores quentes, como vermelho e rosa.
Além da variedade de cores, o visitante tem a oportunidade de comtemplar as orquídeas em seus diferentes tamanhos e formas, além da incrível capacidade de adaptação ao ambiente que as orquídeas também possuem.
Além do espetáculo visual, o National Orchid Garden oferece também vários programas educativos. No centro dos visitantes, você poderá se inscrever em um dos workshops ou passeios guiados oferecidos no local. O passeio guiado de 1 hora e meia pelo Orchid Garden é uma excelente maneira de aprender um pouco mais sobre essa família de plantas e o processo de hibridação utilizado na obtenção de novas plantas. Assim como curiosidades sobre como as plantas realizam o processo de polinização e reprodução em condições climáticas rigorosas.
Quando for conhecer o Jardim Nacional das Orquídeas de Singapura, reserve pelo menos uma ou duas horas para admirar o local. E vá munido com uma boa máquina fotográfica e uma garrafa de água. Vá preparado para enfrentar condições de umidade elevadas. Na minha opinião, o único defeito do Jardum National das Orquideas de Singapura é o calor e umidade que faz por alí. Independentemente da época do ano, prepare-se para passar MUITO calor. Mas vai por mim, o esforço quero dizer suor, vale à pena. Orquídeas na quantidade e variedade como você verá em Singapura, você dificilmente irá ver em outro lugar no mundo.
Vanda Miss Joaquim, a Flor Nacional Símbolo de Singapura
De fato este hibrido parece ter sido facilmente produzido, mas atualmente graças aos avanços é possivel se fazer hibridos inter e intraespecíficos, hoje Singapura é referencia neste campo, inclusive é praxe quando algum chefe de estado ou grande personalidade visita o país acaba batizando um hibrido com seu nome. Estas plantas são então expostas ao público no VIP Orchid Garden dentro do National Orchid Garden.
Informações Úteis para visitar o Jardim Nacional das Orquídeas em Singapura
Jardim Nacional das Orquídeas em Singapura
Conhecendo um pouco mais sobre o fantástico mundo das orquídeas
Orquídeas são todas as plantas que compõem a família Orchidaceae, as quais pertencem à ordem Asparagales. A família Orchidaceae é uma das maiores e mais diversas famílias de plantas superiores existentes.
Orquídeas apresentam muitíssimas e variadas formas, cores e tamanhos e existem em todos os continentes, exceto na Antárctica, predominando nas áreas tropicais.
Majoritariamente epífitas, as orquídeas crescem sobre as árvores, usando-as somente como apoio para buscar luz; não são plantas parasitas, nutrindo-se apenas de material em decomposição que cai das árvores e que eventualmente se acumulam em reêntrancias onde suas raízes vão se desenvolvendo.
Na natureza, elas encontram muitas formas de reprodução, principalmente pela dispersão das sementes. Comercialmente, por sua vez, o cultivo se dá pela divisão de touceiras, semeadura in-vitro ou meristemagem. Em outras palavras clonagem.
O uso de alta tecnologia na produção comercial dessas plantas sempre foi algo que me fascinou bastante. Tanto que durante os três primeiros anos da faculdade, trabalhei com biotecnologia / micropropagação vegetal. Infelizmente nao eram orquídeas, mas os fundamentos e princípios são bastante semelhantes entre as diferentes espécies vegetais.
No Jardim Botânico de Singapura, eles possuem um enorme laboratório de micropropagação vegetal quase todo dedicado às orquideas. É possível ver um pouco dele através de uma janela de vidro no prédio principal da administração do Jardim Botânico de Singapura.
A respeito da enorme variedade de espécies, pouquíssimos são os casos em que se encontrou utilidade comercial para as orquídeas além do seu uso ornamental. Entre seus poucos usos, o único amplamente difundido é a produção de baunilha a partir dos frutos de algumas espécies do gênero Vanilla. Chegamos a ver a produção comercial de Vanilla em loco na Polinésia Francesa. No entanto, mesmo este uso acaba sendo limitado pela produção de um composto artificial similar de custo muito inferior.
Mesmo para fins ornamentais, apenas uma pequena parcela das espécies é utilizada, pois a grande maioria apresenta flores pequenas e folhagens pouco atrativas. Por outro lado, das espécies vistosas, os orquidicultores vêm obtendo milhares de diferentes híbridos de grande efeito e apelo comercial.
Apesar da grande maioria das espécies não serem vistosas, o formato intrigante de suas flores pode ser um atrativo aos aficcionados que prestam atenção às espécies menores. Tendência que vem cada vez mais ganhando atenção dos orquidiocultures e do mercado.
Nenhuma outra família de plantas desperta tanto interesse em colecionadores como as orquídeas. Tanto que eles muitas vezes ajuntam-se em associações orquidófilas, presentes em muitas cidades por todo o mundo.
Embora sua distribuição seja bastante irregular, as orquídeas são encontradas praticamente em todas as regiões do planeta, com exceção da Antártida. Devido a grande distribuição geográfica, é natural que um grupo tão diverso também apresente adaptações aos mais diferentes climas, bem como a multiplicidade dos agentes polinizadores presentes em cada região.
Trata-se de uma família vegetal em um ciclo evolutivo bastante ativo e seus gêneros mais próximos cruzam-se com certa facilidade na natureza, desafiando o antigo conceito botânico em que uma espécie é formada por todos os indivíduos capazes de cruzar com a produção de descendentes férteis.
Inclusive, foi assim que acabou nascendo a Vanda Miss Joaquim, um híbrido natural entre Vanda teres e Vanda hookeriana que foi descoberto pela primeira vez no jardim de Agnes Joaquim, em 1893. E que foi proclamada como flor nacional de Singapura em 1981. Saiba mais sobre a flor nacional de Singapura ao longo deste post.
Bem voltando as orquídeas, a predominância das espécies ocorre nas regiões tropicais, notavelmente nas áreas montanhosas, que representam barreiras naturais e isolam as populações de plantas.
Algumas áreas principais, consideradas hotspots de biodiversidade de orquídeas são as ilhas e a área continental do sudeste asiático. Assim como a região das montanhas da Colômbia e Equador onde encontramos um grande número de espécies. Isso se deve ao isolamento das espécies pelas diversas ilhas ou separação pelas cadeias de montanhas, ocasionando elevado número de endemismos.
O terceiro local mais importante em termos de biodiversidade possivelmente seja a mata atlântica brasileira com mais de mil e quinhentas espécies já registradas. Outras áreas importantes são as montanhas ao sul do Himalaia na Índia e China, as montanhas da América Central e do sudeste africano, notadamente a ilha de Madagascar.
O Equador é o país onde existe o maior número de espécies registradas, chegando ao número de 3.549, imediatamente seguido pela Colômbia, com 2.723, Nova Guiné, com 2.717, e Brasil, que totaliza 2.590. Entre outros locais, Borneo, Sumatra, Madagascar, Venezuela e Costa Rica, são outros lugares com elevado número de espécies.
Em termos de gêneros dentro da família, podemos dividir de maneira grosseira a presença de orquídeas pelos continentes do seguinte modo:
Eurásia – entre 40 e 60 gêneros
América do Norte – entre 20 e 30 gêneros
América Latina e Caribe – entre 300 e 350 gêneros
África tropical – entre 125 e 150 gêneros
Ásia tropical – entre 250 e 300 gêneros
Oceania – entre 50 e 70 gêneros
Os tipos de orquídeas que predominam em cada uma dessas áreas também são muito variáveis. Nas regiões tropicais úmidas, onde a luz e a umidade são abundantes, porém a competição com espécies arbóreas é muito forte, as orquídeas assumem um hábito predominantemente epifítico. Em busca de luz sob a sombra de árvores de mais de até 40 metros de altura, estas plantas crescem sobre os galhos e troncos, a alturas variadas de acordo com as necessidades de cada espécie. Suas raízes, expostas ao ar, obtêm a maior parte dos nutrientes do material em decomposição ao seu redor, da água da chuva que lava as folhas das árvores no alto, ou da poeira existente no ar.
Muitas delas para sobreviver tem entremeado ao velame (parte externa da raiz), um fungo chamado Micorriza que auxilia na decomposição de matéria orgânica e na transformação desta em sais minerais, para facilitar sua absorção. Em casos extremos de umidade, as orquídeas podem absorver a água e os nutrientes pelos poros em suas folhas, relegando as raízes apenas a função de sustentar a planta sobre o substrato.
Interessantemente essa absorçao e mais eficiente na porçao inferior da folha, por isso vai uma dica. Quando se faz uma adubação foliar em orquídeas deve-se procurar aplicar o adubo dissolvido em água na parte de baixo das folhas.
Ao contrário que algumas pessoas pensam, nenhuma orquídea assume a função de parasita, ou seja, sua presença não prejudica seus hospedeiros embora haja casos excepcionais em que o galho de uma árvore não suporte o peso de uma grande colônia de orquídeas e venha a quebrar. Há também muitas espécies terrestres, algumas destas, nas regiões tropicais, mantêm-se em desenvolvimento constante durante todo o ano.
A grande quantidade de matéria orgânica disponível no solo da floresta favorece o surgimento de algumas poucas espécies saprófitas, orquídeas desprovidas de clorofila que obtêm toda a matéria orgânica de que precisam do material em decomposição ao seu redor.
Em regiões de clima temperado, onde a relva é predominante, ou em regiões de secas como as áreas de savana e os campos, as orquídeas são basicamente plantas terrestres, com raízes subterrâneas bem desenvolvidas, às vezes com a formação de tubérculos equipando-as para resistirem ao frio e à neve, ou à seca prolongada e até mesmo ao fogo.
Algumas espécies são consideradas ameaçadas de extinção na natureza, tanto pelas coletas indiscriminadas como pelo corte das florestas para agricultura e mesmo pela utilização de agentes desfoliantes em guerras ocorridas no passado como no Vietnam.
A maioria das espécies realmente raras não estão presente nestas listas por não apresentarem verdadeiro valor comercial e por despertarem pouco interesse. De modo geral, pelo seu baixo valor comercial, os governos não fazem levantamentos sobre a população de orquídeas presentes na natureza e os que existem, são apenas resultado de estudos acadêmicos pontuais.
Até porque um estudo como este é extremamente complicado, quando se faz um levantamento de flora epifítica em um forófito mata atlantica por exemplo. É mais do que comum de se encontrar milhares de indivíduos e dezenas, se não centenas de plantas de gêneros botânicos diferentes.
Para quem não sabe, um forófito e uma árvore que serve de suporte para uma enorme quantidade de outras plantas, no caso da nossa mata atlantica no Brasil principalmente plantas da família das bromélias e das violetas (gesneriáceas).
É interessante ressaltar ainda o fato de que um único fruto de orquídea carrega centenas de milhares de sementes e que a existência de dois ou três indivíduos em cultivo pode produzir no espaço de poucos anos elevadíssima quantidade de plantas, tornando a ameaça de extinção desta planta muito diferente da ameaça de extinção de uma animal, que produz apenas poucos descendentes por gestação. Resumindo salvar uma espécie de orquídea das vias de extinção não é tarefa impossível. Basta ela cair nas graças do homem.
As orquídeas e a humanidade
As orquídeas, desde longa data têm fascinado a humanidade. Os primeiros registros da interação entre Homens e Orquídeas são de aproximadamente três mil e quinhentos anos atrás. No passado, as orquídeas foram utilizadas em poções curativas, afrodisíacos, para decoração e ocuparam grande papel nas superstições.
A China por exemplo tem longa história na apreciação destas flores. Orquídeas são citadas pela literatura antiga e retratadas pela arte chinesa desde o décimo século antes de Cristo, pinturas do começo de dinastia Song, entre 960 e 1127 chegaram até os nossos dias. Todavia, investigações recentes revelam que o cultivo de Cymbidium começou apenas no final da dinastia Tang entre 860 e 890d.C e não nos tempos de Confúcio como se pensava antes.
A primeira publicação exclusivamente sobre orquídeas é uma monografia sobre a cultura extensiva destas plantas, no final da dinastia Song, entre 1128 e 1283. Pelo trabalho percebe-se que seu cultivo estava já bem estabelecido na China por esta época.
Na Europa, existem registros do período clássico grego de Teofrasto de Lesbos, cerca de 300 aC. Em seu trabalho Historia Plantarum, volume 9, descreve uma planta com dois pequenos tubérculos subterrâneos aos quais chama orchis, que corresponde à palavra testículos, possivelmente um exemplar de Anacamptis morio, que acabou dando o nome da familia, já que foi o primeiro genero descrito
Antes dos Espanhóis conquistarem o México a fruta de Tlilxochitl, uma espécie de Vanilla, era a mais valorizada dentre as especiarias astecas. Este povo admirava também as Coatzontecomaxochitl, Stanhopea, como flores sagradas as quais cultivavam em seus jardins. Os astecas utilizavam também algumas espécies de orquídeas para fabricação de cola.
A partir do século XVI diversos trabalhos foram publicados na Europa: Leonhart Fuchs em Historia Stirpium (1542), Hieronymus Bock em suas anotações volume 2 (1546), Jacques Daléchamps em Historia Generalis Plantarum (1586). Após a publicação de Species Plantarum por Lineu, em 1753, os registros sobre orquídeas ficaram cada vez mais abundantes.
Antes de introdução de espécies exóticas na Europa, as orquídeas eram muito cultivadas como plantas de jardim. A primeira orquídea introduzida na Europa foi um exemplar de Brassavola nodosa que chegou na Holanda em 1615 e famosa por seu perfume noturno. Em 1688 desembarcaram as Disa uniflora vindas da África do Sul.
Provavelmente devido à sua supremacia do império britânico, diversas coleções importantes de orquideas formaram-se na Inglaterra durante o século XIX. Em 1818 chegaram os primeiros exemplares de Cattleya labiata provenientes do Brasil, causando grande sensação e reforçando ainda mais o interesse pelas espécies tropicais destas plantas.
Com o advento dos primeiros híbridos, no final do século XIX, o interesse por novas plantas provenientes dos trópicos diminuiu um pouco por algumas décadas, até que o interesse científico pela descrição de novas espécies no início do século XX, aumentasse a coleta de plantas e seu envio à Europa, principalmente para jardins botânicos e amadores interessados na recomposição de suas coleções.
Hoje, a oferta de híbridos tem aumentado constantemente e as técnicas de semeadura modernas desenvolveram-se muito. Com isso diminuindo bastante o preço destas plantas, outrora caras.
As técnicas de seleção também aprimoraram-se e mesmo espécies naturais de difícil cultivo tem sido selecionadas de modo a tornar viável a cultura doméstica.
A oferta de variedades raras de espécies naturais, com cores e formas selecionadas, vem também possibilitando a quase todos a aquisição de plantas antes apenas cultivadas por milionários. Em poucos anos qualquer planta altamente desejável pode ser reproduzida aos milhares. Vale notar o exemplo do Phragmipedium kovachii, espécie raríssima, desconhecida da ciência até 2002, hoje relativamente comum em coleções ao redor do mundo.
Apesar de sua grande variedade, poucas orquídeas são cultivadas pela sua utilidade. Além dá já citada Vanilla, para produção de baunilha, algumas espécies são localmente utilizadas para produção de aromatizantes de chá, por exemplo, espécies perfumadas de Jumellea, ou para produção de perfumes e charutos, onde se utilizam algumas espécies de Vanilla.
O verdadeiro valor das orquídeas hoje provém da produção de flores para corte, principalmente híbridos dos gêneros Phalaenopsis, Cattleya, Dendrobium, Paphiopedilum e Cymbidium. As mesmas espécies são também bastante vendidas em vasos para ornamentação e cultivo doméstico.
Um exemplo de como a cadeia produtiva das plantas de corte neste caso específico das orquídeas podem trazer divisas a um país temos o caso da Tailândia que tem especializado-se na produção de flores de orquídeas para exportação para grandes cidades ao redor do mundo. Em 2001 a Tailândia exportou mais de 3 milhões de plantas vendidas por cerca de 40 milhões de dólares. Depois de 10 anos, essa cifra esta na casa dos 150 milhões de dólares. Tanto que hoje o ministério da agricultura da Tailândia reconhece o potencial desta cultura e vem procurado melhorar a qualidade e atratividade de seus clones concedendo certificados aos melhores produtores.
Orquídeas, de onde elas são nativas?
Orquideas, gênero, espécie e os híbridos.
Vale a pena lembrar que quando se fala de orquídeas quase nunca se usa o termo espécie e sim gênero. Como a produção de híbridos artificiais de orquídeas vem ocorrendo há mais de um século é muito difícil se estabelecer se o individuo em questão é sim uma espécie ou meramente o resultado do cruzamento de duas espécies, um hibrido.
Para resolver essas questões, a sistemática vegetal vem usando técnicas moleculares para responder essas dúvidas, mas ainda há muito caminho pela frente.
Estima-se que hoje existam mais de cem mil híbridos. A Royal Horticultural Society é responsável pelo registro oficial de híbridos, no entanto, a produção doméstica e por pequenos produtores locais é também bastante profícua e só pequena parte destes híbridos caseiros é registrada, de modo que o número total de híbridos já produzidos pelo homem permanecerá sempre apenas uma suposição.
De acordo com as regras do Código Internacional de Nomenclatura de Plantas cultivadas, os híbridos de espécies de um mesmo gênero são sempre classificados com nomes pertencentes ao mesmo gênero, por exemplo o híbrido entre duas Cattleya ainda é uma Cattleya.
Quando são dois os gêneros utilizados, cunha-se um nome utilizando-se os nomes originais, por exemplo o híbrido entre uma Laelia e uma Cattleya é uma Laeliocattleya. Quando são três ou mais os gêneros envolvidos, o produtor pode criar um nome novo para o gênero resultante, desde que nenhum tenha sido registrado anteriormente.
Os híbridos naturais de orquídeas são comuns também, no entanto, apesar de serem em sua grande maioria plantas férteis, apenas pequena parcela deles é capaz de reproduzir-se naturalmente. Isto decorre do fato que espécies tão especializadas como as orquídeas necessitam de um polinizador específico para cada uma delas.
Os híbridos naturais geralmente são plantas que não se ajustam aos agentes polinizadores existentes exatamente por serem mesclas de espécies estabelecidas a milhares de anos e com polinizadores diferentes. Seus tamanhos cores e medidas são diferentes do necessário para obter sucesso reprodutivo natural. Logo para ser bem sucedida, este híbrido precisa que o agente polinizador co-evolua com ela.
Orquídeas em Singapura
Assim como no caso do ciclo da borracha, Singapura teve um papel fundamental na disseminação da técnica de cultivo de orquídeas tropicais. E novamente, o Jardim Botânico de Singapura foi fundamental nesse processo! Apesar de a hibridação de orquídeas ser utilizada à cerca de 135 anos, foi nos últimos 80 anos que esse campo da ciência realmente avançou. E o programa de melhoramento e propagação no Jardim Botânico de Singapura foi um dos mais profícuos nesse sentido. Especialmente quando se tratam de orquídeas tropicais do sudeste asiático.
Em 1928, sob a direção do Professor Eric Holttum, diretor do Jardim de 1925 – 1949, foram criados laboratórios e conduzidas as primeiras experiências na reprodução e hibridação de orquídeas. Os resultados desses experimentos, deram frutos e novas orquídeas híbridas foram criadas e hoje alimentam uma industria de vários milhões de dólares.
Desde então, notáveis híbridos foram cultivadas nas dependências do Jardim Botânico, especialmente no Laboratorio de Micropropagação Vegetal e que acabaram recebendo o reconhecimento em todo o mundo. Tanto que toda vez que um chefe de estado visita Singapura e conhece o Jardim Nacional das Orquideas acaba ganhando um hibrido que acaba sendo batizado em seu nome. Essas orquídeas podem ser vistas no VIP Orchid Garden.
Atualmente as linhas de pesquisa estão focadas na hibridação, conservação e micropropagação de orquídeas. O Jardim Botânico de Singapura realiza trabalhos citológicos e indução artificial de tetraplóides a fim de melhorar a textura, o tamanho e a cor das flores. Tendo ainda como objetivo propagar conservar e re-introduzir espécies nativas raras e ameaçadas em diversos parques e áreas naturais em Singapura.
Além disso tudo continua trabalhando no desenvolvimento de protocolos para cultura de tecidos visando a produção em massa de plantas selecionadas com características desejadas para a exibição e paisagismo em Singapura e no resto do mundo.
Oscar, a cada dia que passa acho o blog de vocês mais e mais interessante. As fotos são deslumbrantes e o conteúdo das informações estão riquissimas. Tudo que vocês tem documentando e pesquisando é de grande valia a todos que gostam de cultura.Tenho que parabeniza-los
Obrigado 😀
Amei o Jardim das orquídeas de Cingapura, espero voltar em breve.
Eu sempre que vou a Singapura tento dar uma passadinha por lá..
Obrigado pela visita e principalmente por deixar um comentário:) E volte sempre ?
Nosaaaa!!! Adorei as flores, que fotos!!!
Que legal que você gostou.. Ao vivo são ainda mais bonitas eu garanto ?
Amo plantas em especial as orquideas. Tenho para meu deleite umas poucas em minha casa.
Leny
Bacana!! Então neste jardim você iria ao delirio com as cores, formas e espécies que eles tem..
Sou sócia de um clube de jardinagem amador e, junto com outras sócias, sou responsável pela produção anual de um Calendário do Jardim. Estou sempre em busca de novidades e entro muito na internet. Fiquei encantada com seu post, muito informativo e interessante. Parabéns
Suzanne
Que legal… Eu sou formado em Engenharia Florestal e por alguns anos durante a graduação fui colaborador do laboratório de paisagismo da universidade.. Naquela epoca colaborava com a criação de conteúdo para o website do laboratorio.. Sempre fui apaixonado por plantas talvez por isso tenha tantos posts falando sobre plantas e jardins..Fico feliz em saber que voce gostou do blog
Abraço
Olá tudo o que quero e um orquidea de baunilha…. Como faço????
Eu não sei onde você mora, mas tente entrar em contato com colecionadores de orquideas na sua região, eles certamente serão as pessoas mais indicadas para você descobrir onde pode conseguir uma muda da planta.
Abraço
[…] Para suportar o calor: tem máquinas de bebidas em alguns pontos e alguns restaurantes. Horário de funcionamento: entre 5h e meia-noite, todos os dias Entrada gratuita Para informações ainda mais detalhadas recomendo os posts super informativos do blog do Oscar – aqui e o Viajoteca – aqui […]